Ser
aluno-piloto nesta Escola é ser, entre outras coisas, "masoquista". Não por
opção, ou por obrigação mas por inerência ... Pura e simplesmente assume-se,
entranha-se…
Rapidamente
nos apercebemos que do qualificativo "aluno-piloto", a parte do
piloto tem mais a ver com um cão chamado PILOTO do que ... pilotar o ultraleve
em voos de instrução. Isto porque, o "divino" DOV (Diretor de
Operações e Voos) diz que o aluno está abaixo de cão, nós consideramos isso
como um fato; diz que quando chega a nossa vez, temos que estar calados,
assentimos convictamente com a cabeça; nunca chega sequer a nossa vez, achamos
isso natural; um calduço do DOV não é uma violência mas um mimo. Alegremente
expomos o pescoço na "esperança" de sermos escolhidos. Tudo isto (e
mais) nunca nos foi explicado, não está num eventual estatuto de aluno-piloto
mas rapidamente se entranha na pele. E nenhum de nós protesta. Antes pelo
contrário.
Caso
o aluno-piloto fale ... a punição será severa. Deverá ser paga em quilos de presunto
(pata negra). A quantidade de quilos dependerá da "ofensa".
Re-insidência será paga com ainda mais quilos de presunto pata negra bem como
com turbulência induzida na aeronave em voo de instrução.
Apesar
de tudo isto, continuamos a escolher a Escola. Os resultados no INAC estão à
vista. A Escola tem uma das melhores taxas de aprovação nas provas teóricas.
Os
testes práticos são dolorosos. À chegada do primeiro voo a solo ... é uma “festa”
para o aluno-piloto. Para além dum batismo com agua proveniente da copa (suja
portanto), os CTEs alinham e "saúdam" o recém batizado com calduços e
mimos no "assento". Um êxtase :-).
Como
então explicar toda esta devolução do aluno-piloto pela Escola ? Como explicar toda
"devoção" ao DOV e seus acólitos (pilotos-instrutores)?
Não
se explica. O sentimento por esta Escola é tal que tudo isto se torna natural. Não
se explica porque ser … inerente :-)
Ao
acabarmos a instrução temos finalmente o brevet de Ultraleve. Deixamos de ser
alunos-pilotos. Passamos a CTEs. É tempo de, finalmente, atormentar-mos os
outros alunos-pilotos da Escola, sabendo ainda por cima que, eles acharão isso sempre
natural e ... inerente ao estatuto :-).
Por estas e outras razoes, escolhi e escolheria sempre a
Escola Aerolazer.
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Mandei este texto ao Luis Malheiro (Gestor da escola). Ele achou "muito giro". Sugeriu que o colocasse no Facebook da Aerolazer. Eu disse-lhe para pôr ele mas que não pusesse o meu nome por baixo. Sugeri que assinasse: "Aluno Anónimo" :-)
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