terça-feira, 22 de julho de 2014

Aluno sofre ...


Ser aluno-piloto nesta Escola é ser, entre outras coisas, "masoquista". Não por opção, ou por obrigação mas por inerência ... Pura e simplesmente assume-se, entranha-se…
Rapidamente nos apercebemos que do qualificativo "aluno-piloto", a parte do piloto tem mais a ver com um cão chamado PILOTO do que ... pilotar o ultraleve em voos de instrução. Isto porque, o "divino" DOV (Diretor de Operações e Voos) diz que o aluno está abaixo de cão, nós consideramos isso como um fato; diz que quando chega a nossa vez, temos que estar calados, assentimos convictamente com a cabeça; nunca chega sequer a nossa vez, achamos isso natural; um calduço do DOV não é uma violência mas um mimo. Alegremente expomos o pescoço na "esperança" de sermos escolhidos. Tudo isto (e mais) nunca nos foi explicado, não está num eventual estatuto de aluno-piloto mas rapidamente se entranha na pele. E nenhum de nós protesta. Antes pelo contrário.
Caso o aluno-piloto fale ... a punição será severa. Deverá ser paga em quilos de presunto (pata negra). A quantidade de quilos dependerá da "ofensa". Re-insidência será paga com ainda mais quilos de presunto pata negra bem como com turbulência induzida na aeronave em voo de instrução.
Apesar de tudo isto, continuamos a escolher a Escola. Os resultados no INAC estão à vista. A Escola tem uma das melhores taxas de aprovação nas provas teóricas.
Os testes práticos são dolorosos. À chegada do primeiro voo a solo ... é uma “festa” para o aluno-piloto. Para além dum batismo com agua proveniente da copa (suja portanto), os CTEs alinham e "saúdam" o recém batizado com calduços e mimos no "assento". Um êxtase :-).
Como então explicar toda esta devolução do aluno-piloto pela Escola ? Como explicar toda "devoção" ao DOV e seus acólitos (pilotos-instrutores)?
Não se explica. O sentimento por esta Escola é tal que tudo isto se torna natural. Não se explica porque ser … inerente :-)

Ao acabarmos a instrução temos finalmente o brevet de Ultraleve. Deixamos de ser alunos-pilotos. Passamos a CTEs. É tempo de, finalmente, atormentar-mos os outros alunos-pilotos da Escola, sabendo ainda por cima que, eles acharão isso sempre natural e ... inerente ao estatuto :-).

Por estas e outras razoes, escolhi e escolheria sempre a Escola Aerolazer.

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Mandei este texto ao Luis Malheiro (Gestor da escola). Ele achou "muito giro". Sugeriu que o colocasse no Facebook da Aerolazer. Eu disse-lhe para pôr ele mas que não pusesse o meu nome por baixo. Sugeri que assinasse: "Aluno Anónimo" :-)

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